Simples: são eles que captam as informações necessárias para que os cálculos sejam feitos de forma correta e, assim, a posição e o aproamento da embarcação sejam mantidos. Lembra que falamos com mais detalhes sobre isso no primeiro artigo?
Hoje vamos falar um pouco sobre cada um deles. É importante ressaltar que não necessariamente sua embarcação será dotada de todos os sensores listados abaixo. Os tipos e a quantidade irão depender do projeto do sistema DP como um todo, do grau de risco que a operação típica do navio apresenta, do quanto o armador vai investir, da classe do DP, dos requisitos da Sociedade Classificadora, etc.
- Agulha giroscópica (gyro compass): é o sensor que indica o aproamento da embarcação. É através desses dados que o sistema faz as correções de cabeceio, como conversamos no segundo artigo. Por ter como referência o Norte verdadeiro e não sofrer influências de objetos magnéticos, a giro é mais confiável e mais precisa que as agulhas magnéticas. Quando a embarcação é dotada de 3 giros, o sistema as compara e logo identifica caso uma delas esteja apontando um valor diferente das outras duas e dá um aviso ao DPO. Quando possui apenas duas e elas divergem entre si, a melhor solução é que o operador compare com a agulha magnética. A giro pode ser usada em altas latitudes (onde pode apresentar alguns erros, mas são corrigíveis), além de também ser utilizada em outros equipamentos, como por exemplo no radar. Ela, porém, necessita de maiores cuidados e é um instrumento elétrico, então consome energia elétrica e pode apresentar problemas típicos deste tipo equipamento.
- Anemômetros (wind sensors): calculam a velocidade e a direção do vento. Eles são importantes porque grandes mudanças repentinas de informações de vento podem causar distúrbios consideráveis na manutenção da posição. O sistema DP, entretanto, compensa as mudanças identificadas antes que o navio comece a perder a posição. É importante observar sempre quando há estruturas que podem influenciar na medida correta de vento no local, como por exemplo em recebimento de aeronaves, situação em que os sensores podem identificar fortes e repentinas rajadas de vento, ou quando ao lado de grandes plataformas, que podem causar sombra nos anemômetros e prejudicar seu funcionamento. Nestes casos, se os sensores forem desabilitados, o DP continuará usando como referência os dados de velocidade e direção obtidos na última leitura e que ficaram registrados.
- VRS (Vertical Reference Sensors): são sensores dos movimentos verticais, ou seja, são utilizados para verificação do caturro e do balanço. Este é mais um assunto que foi abordado no segundo artigo da série.
- Sensor de calado (draught sensor): como o nome já diz, é o que fornece informação sobre o calado do navio para o sistema. O sensor é capaz de fazer essa medição automaticamente, mas também é o único em que essas informações podem ser inseridas manualmente pelo DPO. Ele é muito importante porque impacta diretamente nos modelos aerodinâmico e hidrodinâmico do navio, que são parâmetros também utilizados pela controladora para fazer os cálculos de manutenção de posição. Portanto, qualquer alteração nesses modelos influencia no sistema.
- Sensores de tensão (tension sensors): são sensores medidores de tensão e devem estar muito bem calibrados. Geralmente, são usados em shuttle tankers, lançadores de linha e outros mais. Se apresentarem problemas, é extremamente recomendável que se pare as operações e que seja feito o reparo do sensor.
Deu pra compreender? Você sabe quais deles tem na sua embarcação?
Se tiver dúvidas ou algo a acrescentar, comenta aqui!
2ON / DPO Jr. Keyla Gomes